O Brasil está prestes a alcançar uma meta ambiciosa no setor agrícola: a exportação de 2,7 milhões de toneladas de pluma de algodão entre agosto de 2023 e julho deste ano. Este feito, originalmente previsto para 2030, já se concretizará agora, conforme divulgado pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Com esse resultado, o Brasil se tornará o maior exportador mundial do produto, ultrapassando os Estados Unidos, segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

O sucesso da exportação brasileira de algodão é fruto de um trabalho contínuo iniciado há 25 anos. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca que investimentos em tecnologia e uma estratégia comercial robusta foram essenciais para alcançar essa liderança. O Projeto Cotton Brazil, em parceria com a Apex, foi crucial nesse processo. Esse programa estratégico, que inclui um escritório de representação em Singapura, visa intensificar a demanda da fibra em 10 países-chave: China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia, Tailândia, Coreia do Sul e Egito. Esses países representam 49% da população mundial e são destinos de 90% das exportações globais de algodão.

Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, ressaltou a importância da parceria com a Apex para o crescimento exponencial das exportações brasileiras. Segundo ele, a colaboração foi fundamental para conquistar a liderança global, proporcionando avanços significativos em termos de recursos e representatividade diplomática.

Os principais destinos das exportações brasileiras de algodão são:

• China: 53%
• Vietnã: 14%
• Bangladesh: 10%
• Turquia: 7%
• Indonésia: 5%
• Paquistão: 5%
• Coreia do Sul: 1%
• Egito: 1%
• Tailândia: 0,3%
• Portugal: 0,4%

No entanto, esse crescimento impressionante das exportações traz implicações para o mercado interno. A alta demanda externa pode elevar os preços da pluma de algodão no Brasil, afetando as indústrias têxteis que dependem dessa matéria-prima. O aumento dos custos pode impactar as margens de lucro e, eventualmente, o preço final dos produtos para o consumidor.

Em suma, a ascensão do Brasil ao posto de maior exportador mundial de algodão é um marco histórico que demonstra a força do setor agrícola nacional. Porém, é crucial manter um equilíbrio entre os ganhos das exportações e a estabilidade do mercado interno, promovendo um crescimento sustentável e inclusivo para todos os envolvidos.

fonte: Poder 360